Ex-CEO do Twitter cria aplicativo que usa Bluetooth para comunicação criptografada e reacende debate sobre privacidade, descentralização e controle digital
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O mundo da tecnologia acaba de ser chacoalhado por mais uma inovação polêmica: Bitchat, o novo aplicativo criado por Jack Dorsey, cofundador do Twitter, promete permitir que usuários troquem mensagens totalmente criptografadas sem precisar de internet. Isso mesmo — sem Wi-Fi, sem 4G, sem 5G. Apenas Bluetooth.
Anunciado por Dorsey em uma publicação no X (antigo Twitter), o app está em fase experimental e já se tornou alvo de debates acalorados sobre seus impactos em privacidade digital, descentralização da comunicação e segurança pública.
“Bitchat é um experimento com redes mesh via Bluetooth, retransmissores, criptografia e modelos de armazenamento e encaminhamento”, afirmou Dorsey.
Como funciona o Bitchat? Comunicação off-grid no estilo hacker
Diferente dos mensageiros tradicionais como WhatsApp ou Telegram, o Bitchat não depende de servidores centralizados nem de conexão à internet. O aplicativo permite que dois ou mais dispositivos próximos troquem mensagens diretamente via Bluetooth, com criptografia ponta a ponta.
📡 Alcance declarado:
Enquanto o alcance tradicional do Bluetooth gira em torno de 100 metros, Jack Dorsey afirma que o Bitchat pode atingir até 300 metros, graças à utilização de uma rede mesh entre os dispositivos — ou seja, cada aparelho conectado atua como um nó de retransmissão, estendendo o sinal.
📲 Funcionalidades atuais do Bitchat:
Dorsey liberou o app para testes via TestFlight, plataforma de testes da Apple. A resposta foi imediata: o Bitchat atingiu rapidamente o limite de 10 mil testadores, e já está em processo de revisão para possíveis atualizações.
Apesar do entusiasmo, Dorsey deixou claro que o aplicativo ainda não está disponível para o público geral, e que a versão final deve receber ajustes com base no feedback da comunidade de testadores.
A proposta do Bitchat coloca em xeque os atuais modelos de controle sobre as comunicações digitais. Por não depender de internet e nem de servidores centrais, o app é praticamente imutável, descentralizado e anônimo — uma combinação que entusiasma ativistas, mas também preocupa autoridades.
“Bitchat pode se tornar o WhatsApp dos protestos clandestinos”, escreveu um analista em segurança digital no X.
Governos e forças policiais já expressaram preocupação com o potencial uso do app em ações ilegais ou manifestações anônimas, justamente por ser quase impossível de rastrear em tempo real. A descentralização total proposta por Dorsey desafia o atual modelo de vigilância digital global.
O envolvimento de Jack Dorsey no Bitchat não surpreende quem acompanha sua trajetória. Fã declarado do Bitcoin e defensor da descentralização, Dorsey já havia criado o projeto que deu origem ao Bluesky, rede social descentralizada que nasceu quando ele ainda era CEO do Twitter.
“Bitchat é mais do que um app. É um manifesto contra a centralização da comunicação digital”, apontou o portal TechCrunch.
O surgimento do Bitchat levanta uma pergunta inquietante: estamos prontos para um mundo onde qualquer pessoa pode se comunicar de forma privada, offline e fora do radar?
A promessa de liberdade e privacidade total seduz, mas também abre brechas para a desinformação, crimes cibernéticos e perda de controle estatal.
Bitchat é inovação disruptiva ou ameaça silenciosa?
O tempo — e a reação das big techs e governos — vai responder.
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