O Brasil parou diante de uma tragédia brutal ocorrida em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro. Um adolescente de 14 anos confessou ter assassinado a tiros o pai, a mãe e o irmão de apenas 3 anos, no que já é considerado um dos crimes mais impactantes do ano no país. O caso, que parece roteiro de filme, revela um cenário complexo e sombrio envolvendo distúrbios psicológicos, negligência preventiva e o acesso facilitado a armas de fogo.
🕯️ Um crime planejado no silêncio da madrugada
A chacina familiar ocorreu na madrugada de sábado (21), mas só veio à tona três dias depois. A descoberta só foi possível após a avó paterna relatar o sumiço dos familiares. O adolescente, inicialmente, inventou uma versão fantasiosa para ocultar os crimes, dizendo que o irmão havia se engasgado com vidro e os pais haviam saído com ele para o hospital. Porém, a ausência de registros em unidades de saúde despertou a desconfiança da Polícia Civil.
Uma perícia na residência revelou manchas de sangue, roupas parcialmente queimadas e, o mais grave, um forte odor vindo da cisterna, onde os corpos da mãe (42), do pai (45) e do irmão (3) foram encontrados. O jovem, confrontado com as evidências, confessou friamente o crime diante do tio.
🔫 Arma de fogo dentro de casa e frieza chocante
A arma usada era do pai, que possuía registro como CAC (colecionador, atirador e caçador) e a guardava debaixo do colchão. O adolescente disse à polícia que tomou suplemento pré-treino para não dormir e, durante a madrugada, matou o pai com um tiro na cabeça, seguido pela mãe e o irmão.
Segundo relato da polícia, não houve arrependimento. O adolescente afirmou que repetiria o ato e justificou o assassinato do irmão dizendo que "não queria que ele sofresse a perda dos pais". A atitude, extremamente calculada, chamou a atenção dos investigadores, que já apontam traços claros de psicopatia.
🧠 Saúde mental negligenciada e influências digitais
O crime reacende debates sobre o acesso de adolescentes à internet sem supervisão adequada, bem como a ausência de apoio psicológico. O garoto mantinha uma relação virtual com uma adolescente do Mato Grosso, que ele conheceu jogando online. Segundo seu depoimento, a garota teria dado um ultimato para que ele fosse encontrá-la — o que, segundo a polícia, pode ter influenciado sua decisão de cometer o crime.
O plano incluía fuga, passagem comprada via Pix e até a ideia de conseguir um emprego em um supermercado no estado da suposta namorada. A investigação segue para entender se houve qualquer tipo de coação ou incentivo ao crime por parte da adolescente.
🧪 O que ainda está sendo investigado?
Além da motivação exata e da influência externa, a polícia apura se os pais foram dopados antes do crime e se a avó paterna — que ouviu disparos na madrugada — pode ter alguma relação ou conhecimento do ocorrido. Até o momento, não há evidências de participação dela, mas a investigação permanece aberta.
❗ O alerta: como prevenir tragédias como essa?
O caso de Itaperuna expõe com brutalidade a necessidade urgente de atenção à saúde mental de jovens, ao uso responsável de armas de fogo dentro de casa, e à educação emocional desde a infância. Especialistas reforçam que:
- Armas devem ser guardadas com máxima segurança e fora do alcance de crianças ou adolescentes.
- Crianças e jovens precisam de acompanhamento psicológico em casa e na escola, especialmente em situações de isolamento ou mudanças comportamentais.
- Relacionamentos virtuais e jogos online devem ser monitorados por responsáveis.
- A comunicação dentro da família deve ser estimulada, evitando o acúmulo de frustrações e mal-entendidos.
- Instituições públicas precisam ampliar o acesso a serviços de saúde mental para menores de idade, especialmente em cidades do interior.
🧩 Um retrato da dualidade: amor nas redes, horror na realidade
Postagens antigas do pai nas redes sociais descreviam o filho como “companheiro”, “anjo de Deus” e “irmão cuidadoso”. Para os vizinhos, a imagem era de uma família unida e tranquila. Por isso, o crime também questiona até que ponto as redes sociais mascaram realidades complexas e silenciosas.
🧷 E agora?
O adolescente está apreendido provisoriamente por 45 dias, conforme decisão judicial. A tragédia, porém, segue como um alerta: prevenir ainda é o caminho mais eficaz para evitar desfechos tão devastadores quanto esse.
DFATOS continuará acompanhando o caso e trazendo reflexões sobre como a sociedade pode agir antes que o silêncio se transforme em horror.